Quem será a maior banda do novo rock mundial?

Na segunda metade de 2004, duas bandas da nova geração do rock mundial lançavam seu primeiro CD, e, cada uma com um mega-hit, ultrapassavam a barreira do indie, tornando-se conhecidas até entre os funkeiros das festas de Jornalismo da UFSC. Os americanos do The Killers com “Somebody Told Me” e os escoceses do Franz Ferdinand com “Take Me Out” provavam que o rock inteligente e dançante podia ainda ser um sucesso de massa.

the_killers.jpg

The Killers

As duas bandas tiveram maneiras diferentes de aproveitar o sucesso. O Franz Ferdinand engatou, no final de 2005, um segundo disco (You Could Have it So Much Better) tão bom quanto o primeiro. Já o Killers deu uma pausa para a gravação do segundo, Sam’s Town, que só foi sair no final de 2006. Dessa maneira, durante o ano de 2006 o Franz reinava soberano no cenário do novo rock, com toda a simpatia e bom mocismo de seus integrantes. Vieram duas vezes ao Brasil, primeiro abrindo para o U2 e depois como headliners do festival Motomix, lotando os espaços onde tocaram. Ao Killers, durante todo este tempo, restou criar a expectativa em torno do novo álbum, coisas que Brandon Flowers até exagerou, bradando que este seria um dos melhores discos dos últimos 20 anos.

De fato, quando chegou às lojas, Sam’s Town transbordava pretensão. Carregando as músicas com influências de Queen, o Killers forjou um disco grandioso, de rock de arena, extremamente irregular, em que ótimos momentos como “Bones”, “When You Were Young” e “Uncle Johnny” convivem com músicas enfadonhas e arrastadas como “Read My Mind” e “Bling (Confessions Of A Broken Heart)”. No lugar das levadas dançantes de Hot Fuss (o primeiro álbum), uma massa sonora para angariar multidões. Coisa de banda que quer ser a maior do mundo. No fim, Sam’s Town não passa de um disco de transição, em que o Killers arrica uma mudança de estilo acertando e errando, mas apontando um horizonte interessante se conseguir dosar as arestas.

Disco de transição este que o Franz Ferdinand ainda prepara. O próprio Alex Kapranos já declarou que o disco deve ter mais influências e elementos eletrônicos. Se vai ser irregular ou não, deve-se esperar para ver. Com o talento que os escoceses mostraram até aqui, não será espantoso que o disco venha redondinho.

 

franz-ferdinand.jpg
Franz Ferdinand

No final de outubro, o Brasil pôde conferir mais um detalhe na disputa das duas bandas. O Tim Festival era a hora de comparar o show do Killers com as apresentações do ano passado do Franz. Os escoceses demonstram mais carisma em cima do palco, com os quatro integrantes esbanjando sorrisos e presença, enquanto o Killers depende do esforço único de Flowers, que se movimenta o tempo todo, e do simpático baterista Ronnie Vannucci. A grande diferença é que o som do Franz funciona melhor em locais menores, e o rock de arena do Killers preenche estádios – mesmo as músicas de Hot Fuss soam grandiosas com uma boa camada de teclados por baixo. Os dois empolgam, mas sem dúvida o Franz é mais incendiário.

No saldo final, nenhuma das duas bandas abriu vantagem em uma possível corrida para ser a maior banda do mundo. Mas, mesmo mais despretensioso, o Franz Ferdinand consegue, com seu carisma, estar um pouco à frente.

2 Respostas to “Quem será a maior banda do novo rock mundial?”

  1. kaitoshi Says:

    Vc esqueceu do The Darkness, Thiago

  2. mônica Says:

    oi, eu li uma matéria sua na rolling stone de dezembre 2008 em que você falava sobre o cd do killers… bom, eu não gostei nem um pouco porque, sendo ou não fã, eu acho que as músicas são ótimas e achei que você estava errado nas palavras que usou. você é um ótimo critico. obrigada.

Deixe um comentário